Famílias são destaque em Sinimbu pelo seu empreendedorismo


Publicado 21/06/2018 00:00
Gabinete do Prefeito,Secretaria de Educação, Cultura e Turismo,Secretaria de Agricultura, Indústria, Comércio e M,Secretaria da Saúde e Bem Estar Social
Aline Haag

Com apoio da Emater e Secretaria de Agricultura do município, quatro novas agroindústrias estão sendo construídas e legalizadas.


Que Sinimbu é um município agrícola todo mundo já sabe. A maioria das famílias do interior do município tem no tabaco sua principal fonte de renda. Porém, o espírito empreendedor de algumas delas se destaca e novas oportunidades surgem no meio rural. Através desse empreendedorismo e com o apoio da Emater de Sinimbu e da Secretaria Municipal de Agricultura, quatro novas agroindústrias estão sendo construídas e legalizadas no município.

O trabalho de formalizar as agroindústrias está sendo desenvolvido pela equipe da Emater de Sinimbu, em conjunto com a Administração Municipal, através do Plano de Desenvolvimento Agropecuário, elaborado pelo Conselho Municipal de Agricultura em 2016, que já tinha como meta a formalização de oito agroindústrias até 2020. Quatro delas estão a um passo de se tornarem legais e, com isso, atingir mais de 50% da meta do município, uma vez que Sinimbu já possui uma agroindústria legalizada em Rio Pequeno, a Agroindústria Pranke.

Com apoio direto dos extensionistas rurais, bem como auxílio da Secretaria Municipal de Agricultura, as famílias envolvidas no projeto receberam o incentivo necessário. Uma semente foi plantada em cada uma delas e a ideia desenvolvida de forma conjunta entre Emater e família. O apoio técnico veio através dos projetos elaborados pela Emater; licença ambiental do Departamento de Meio Ambiente do município; e a terraplanagem, feita pelas máquinas da Secretaria de Agricultura e Obras.

Através de recursos disponibilizados via financiamento Feaper, da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, as famílias estão realizando o sonho de diversificar a propriedade e empreender em algo novo. Na segunda-feira, dia 11, técnicos da Emater, acompanhados do assessor da Secretaria de Agricultura de Sinimbu, César Zitzke, e da prefeita Sandra Backes, visitaram os empreendimentos.

Em Linha Carvalho e em Linha Rio Grande, as famílias decidiram investir em agroindústrias familiares de processamento vegetal. Em Paredão Felipe Neri, o investimento é em moranguinhos. Já em Linha São João, a família decidiu por uma agroindústria de origem animal, dando continuidade ao que já vinha sendo desenvolvido na propriedade. Todas elas, continuam com o plantio do tabaco, porém a tendência é diminuir a quantidade a ser cultivada e aumentar a diversificação para consolidação dos novos empreendimentos.

Conforme Luis Fernando Marion e Paula Sabrina Mallmann, técnicos da Emater, várias visitas de acompanhamento já foram e continuam sendo realizadas a essas famílias. “Existe um trabalho social muito forte desde a idealização da Agroindústria, até a sua consolidação e durante a sua operação. O propósito é envolver a família como um todo, pois o projeto trata-se de um empreendimento familiar e todos fazem parte do processo”, destacam. Ainda de acordo com os extensionistas da Emater, vale ressaltar que o espírito empreendedor aflorou nas famílias através do trabalho em parceria, mostrando a elas a relação entre produção e mercado para a comercialização dos produtos.

Paula lembra que todos os envolvidos nos projetos de agroindústrias já passaram e ainda passarão por capacitações nos Centros de Capacitações da Emater e em cursos realizados pela equipe no município. Ela detalha que essa formação também é um incentivo e fez as famílias envolvidas já capacitadas, enxergarem uma nova oportunidade, sonharem com as suas agroindústrias e buscarem aperfeiçoamento da técnica de produção e beneficiamento.

Conforme a Emater, vale destacar que nos empreendimentos em Linha Carvalho, Linha Rio Grande e São João, cerca de R$ 120 mil em recursos via Feaper foram investidos no município, através de um trabalho conjunto que envolveu inclusive o Conselho Municipal de Desenvolvimento, que ano após ano busca recursos para o município através da Consulta Popular. As próximas etapas agora, após a conclusão das obras nas agroindústrias, serão a legalização sanitária e posteriormente a inclusão das mesmas no programa Sabor Gaúcho. Através dele, os gestores das agroindústrias terão a oportunidade de participar de feiras como a Expoagro e Expodireto, por exemplo, e conseguir outras vantagens que o programa oferece.

Marion e Paula lembram ainda que os gestores envolvidos na formalização das agroindústrias em Linha Carvalho, Linha Rio Grande, São João e Paredão participarão, em julho, de uma capacitação sobre boas práticas de fabricação no Centro de Treinamento em Fazenda Souza, Caxias do Sul. Além disso, uma quinta agroindústria está com seu projeto pronto em Sinimbu. O empreendimento das famílias Carvalho e Spiegel será para a fabricação e comercialização de farinha de milho e será construído em Linha Branca. Os gestores dessa agroindústria aguardam apenas a contratação via Feaper para iniciar a construção do empreendimento ainda este ano.

Para a prefeita Sandra Backes, esses são bons exemplos de famílias empreendedoras, que buscam alternativas de renda para a sua propriedade. “Hoje já existem políticas públicas que beneficiam a comercialização e inclusive o fornecimento de alimentos e produtos para a merenda escolar. Com a parceria da Emater e Secretaria de Agricultura, que estão fazendo um ótimo trabalho, esperamos que este espírito de empreendedorismo desperte em mais famílias para que elas possam gerar mais renda em suas propriedades”, finaliza a prefeita.

 

Sobre as agroindústrias

- Paredão Felipe Néri: Aloísio Goetze, junto com os pais Clemente e Úrsula, está investindo na produção de moranguinhos. Com um investimento aproximado de R$ 130 mil, via Pronaf investimento para cultivo protegido, ele construiu uma estufa para o cultivo da fruta. Nela, Aloísio já plantou cerca de 3 mil pés de moranguinho, sendo que na estufa antiga também possui aproximadamente a mesma quantidade. Segundo ele, a capacidade máxima da nova estufa é de cerca de 12 mil pés de moranguinhos. Além do cultivo da fruta, Aloísio já está planejando um novo investimento em piscicultura e planeja a formalização de uma agroindústria de sucos, com marca já registrada: Morangoetze.

- Linha Carvalho: na região serrana do município, a família Padilha está investindo na construção e formalização de uma agroindústria de processamento vegetal. Paulo Sérgio, junto com a esposa Vera Salete e a filha Milena já investiram cerca de R$ 63 mil para a construção da agroindústria. Junto com o filho Gustavo, de 12 anos, e filho Guilherme que atualmente estuda Agronomia em Santa Maria, a família sonha com a renda que será agregada através do projeto. Conforme eles, a agroindústria terá conservas, geleias e diversos outros produtos de origem vegetal.

- Linha Rio Grande: uma agroindústria de processamento vegetal também é a aposta do jovem casal Cristiano e Janice Hirsch. O carro chefe do empreendimento será o aipim, porém futuramente o casal já pensa em trabalhar com conservas e doce de frutas. O investimento de mais de R$ 43 mil foi feito na construção do espaço e na compra dos equipamentos necessários. O casal já possui uma estufa para tomate e vajem e enaltece o apoio e incentivo recebido da Emater para a realização do sonho. A expectativa do casal é de comercializar através da agroindústria mais de 20 mil quilos de aipim. Vale lembrar que Cristiano e Janice já estão incluídos no fornecimento de aipim para a alimentação escolar, outro grande incentivo para a formalização da agroindústria.

Linha São João: por fim, o casal Orlando e Marlise Knobloch são os gestores de uma propriedade considerada modelo em Sinimbu. Ao lado do filho Jarbas e da nora Luciane, a família está prestes a concluir a construção e liberação de uma agroindústria de origem animal. Com mais de mil galinhas no pátio, eles comercializam cerca de 240 dúzias de ovos por semana. A atividade iniciou há cerca de cinco anos e de lá para cá só cresceu. Com a agroindústria, o objetivo é formalizar a atividade e incrementar a renda cada vez mais. Além da oficialização da agroindústria, cujo investimento já ultrapassa os R$ 44 mil, a família de Orlando também já é destaque pelo uso de um Biodigestor na propriedade. Com o esterco do gado e dos suínos, a família produz o próprio gás de cozinha.

 

Aline Haag
Família Padilha está a frente do empreendimento na Linha Carvalho.
Família Padilha está a frente do empreendimento na Linha Carvalho.

Aline Haag
Biodigestor é destaque na propriedade de Orlando Knobloch.
Biodigestor é destaque na propriedade de Orlando Knobloch.

Aline Haag
Cristiano e Janice Hirsch terão o aipim como carro chefe da sua agroindústria.
Cristiano e Janice Hirsch terão o aipim como carro chefe da sua agroindústria.

Aline Haag
Família de Aloísio Goetze está investindo nos moranguinhos.
Família de Aloísio Goetze está investindo nos moranguinhos.

Aline Haag
Família Knobloch comercializará ovos em sua agroindústria.
Família Knobloch comercializará ovos em sua agroindústria.